Um dia, indo para o curso de teatro, mergulhada entre textos e encantada com a paisagem, concentrada, alheia a qualquer pessoa, só saia do meu universo quando alguém esbarrava em mim, o que me incomodava profundamente.
Em uma dessas esbarrada, olho paro o lado e percebo uma criança, sentada no colo de sua mãe. A menina me pareceu humilde assim como a mãe, mas era graciosa no jeito.
Por algum motivo a menina me chamou atenção. A primeira coisa que observei foi a sua atenção ao observar o mar, um olhar de quem nunca tinha visto tanta água.
Achei lindo, tentei voltar para os meus textos e o meu universo, mas não tirava a menina da cabeça e tornei a observa - lá. Foi quando ela virou e com um olhar tão simples, um olhar de quem não precisa falar pra dizer o que quer, um olhar de inocência, o único olhar de quem compreende exatamente o significado de ser merecedor daquela paisagem, daquele dia de sol, riu como se entendesse o que eu estava pensando. Fiquei feito boba, feliz, em paz, como se só eu tivesse direito por receber tamanho presente. Durante o dia todo fiquei pensando... Às vezes não é preciso nem falar basta olhar e se fazer presente quem está do seu lado, vai entender...
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